O poder de Peter Thiel no governo Trump. A vigilância permanente da sociedade através do sistema Palantir


Peter Thiel é um dos empresários mais influentes e controversos do Vale do Silício. Ele é cofundador da Palantir Technologies, uma empresa de análise de dados com uma missão declarada de "ajudar organizações a tomar decisões mais rápidas e informadas". No entanto, a forma como a Palantir coleta e processa dados levanta questões éticas profundas, especialmente quando se trata de privacidade e vigilância em massa. A Palantir foi inicialmente desenvolvida para ajudar o governo dos Estados Unidos a analisar informações de inteligência e combater o terrorismo, mas a empresa expandiu seus serviços para setores privados, criando uma rede de monitoramento que envolve dados sobre indivíduos e empresas ao redor do mundo.

Essa capacidade de vigilância, quando associada ao poder crescente de grandes empresas de tecnologia e ao fato de que dados pessoais estão sendo coletados a partir de diversas fontes (redes sociais, compras online, dispositivos móveis, etc.), pode dar a essas empresas um controle massivo sobre a sociedade, com potencial para manipular comportamentos e tomar decisões com base em informações privadas.


É impossível não pensar no conceito de "controle totalitário" descrito no livro 1984 de George Orwell, em que o governo, por meio de uma vigilância constante, manipula a realidade e submete os indivíduos a uma submissão psicológica. Através da figura do "Big Brother", Orwell nos apresenta uma distopia onde a liberdade e a privacidade são constantemente invadidas, e qualquer forma de pensamento independente é não apenas vigiada, mas também punida.

No caso da Palantir e de Thiel, há uma analogia direta com o "Big Brother" orwelliano, especialmente considerando que a empresa tem laços estreitos com governos e agências de inteligência. O objetivo da Palantir de combinar dados aparentemente desconectados para formar um quadro completo sobre qualquer pessoa ou grupo remete ao conceito de "tudo-vendo" que domina a sociedade descrita em 1984. A diferença é que, enquanto Orwell descrevia um governo totalitário como o principal opressor, no cenário contemporâneo de Thiel, as grandes corporações de tecnologia, através de suas ferramentas de vigilância, podem exercer uma forma de controle ainda mais poderosa e insidiosa.


O potencial de manipulação por meio dos dados coletados é imenso. A vigilância constante, através de tecnologias de análise de dados como as usadas pela Palantir, pode ser comparada ao conceito orwelliano de "duplo-pensamento" — uma condição psicológica imposta pelo regime totalitário, onde a verdade pode ser manipulada e distorcida à vontade. No mundo digital de hoje, as empresas como a Palantir, com acesso a uma quantidade sem precedentes de informações pessoais, têm o poder de reconfigurar a "verdade" sobre qualquer pessoa ou situação, alterando a percepção pública e, portanto, moldando a realidade.

A crítica ao controle por meio de tecnologia e vigilância em 1984 se torna ainda mais pertinente quando consideramos o papel de figuras como Peter Thiel. Embora o discurso público sobre empresas como a Palantir se concentre em suas capacidades para melhorar a segurança e a tomada de decisões, os riscos de um sistema global de monitoramento — onde a privacidade individual é sacrificada em nome da segurança e eficiência — levantam questões profundas sobre liberdade, autonomia e os limites do controle corporativo sobre a sociedade.


O sistema da Palantir já está sendo implementado no governo atual de Donald Trump, onde a vigilância permanente esta sendo implantada em todos os sistemas do governo pelos "geek squad", a máfia do "paypal" do vale do silício, através de Ellon Musk e seu departamento de vigilância governamental (DOGE) e seus amigos das grandes Big Techs.

Portanto, o paralelo com 1984 não é apenas teórico. Se a sociedade seguir por um caminho onde grandes empresas como a Palantir, que têm acesso a imensas quantidades de dados pessoais e institucionais, não forem adequadamente reguladas, podemos estar caminhando para um futuro em que o controle das massas, não por governos autoritários, mas por entidades privadas, seja a nova "normalidade". Esse futuro distópico, ao invés de ser centrado em um governo único e totalitário, pode ser orquestrado por corporações que possuem tanto poder quanto qualquer regime ditatorial do passado, e talvez até mais.



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